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Três dias se passaram desde que o Luan entrou em coma, na
minha casa continuam a Marizete e o seu Amarildo, a Bruna resolveu ir pro
apartamento que passou a morar quando iniciou sua faculdade de teatro, eu
ofereci que os pais de Luan continuassem na minha casa, por ser mais próxima ao
hospital que o apartamento da Bruna, eles aceitaram. Meu relacionamento com o
Lucas continua estável como sempre, essa noite eu pude passar em casa e como
ele teve um show aqui em SP pôde dormir comigo, matamos as saudades, se é que
vocês me entendem ~risos~. Agora estou indo pro hospital, vim deixar o Lucas no
hotel antes de ir pra lá e o transito não me ajuda muito, faz um tempão que
estou presa nesse engarrafamento.
Quando finalmente cheguei ao hospital fui direto pra minha
sala, consultório na verdade, estava acabando de dar umas olhadas nos
relatórios de alguns pacientes que ficaram pendentes, quando a Joyce, minha
amiga e enfermeira da minha equipe me chamou. Segundo ela eu precisava ver alguma
coisa, fomos ao setor das unidades de tratamento intensivo, ou UTI.
Ela entrou no quarto em que o Luan se encontrava e outra vez
meu coração ficou em pedacinhos ao ver o Luan naquela cama, sem movimento
algum, silêncio absoluto a ser quebrado apenas pelo bip chato e incomodo, mas
que mesmo assim me aliviava ouvir o tal “bip” soar, garantia-me que seu coração
estava batendo, que ele realmente estava vivo, entre nós. Fui trazida de volta
pra sala do Luan quando a Joyce puxou o lençol fino e azul marinho que cobria
seu corpo, deixando suas pernas de fora sendo fácil pra eu notar o inchaço na
área da coxa, na perna esquerda. DROGA. Tem alguma coisa errada.
-O que aconteceu?
~Perguntei à Joyce enquanto eu já examinava o local~
-Não sei Doutora,
notei e fui chamá-la imediatamente, estava medicando e fazendo todo o trabalho
de rotina.
-fez bem Joyce,
agora, por favor, chame o ortopedista de plantão e prepare também a sala de
tomografia. Quero toda a equipe aqui em dois minutos.
-tomografia Doutora?
É mesmo tão grave assim?
-temos um inchaço não
previsto na coxa do paciente, quero garantir que não teremos inchaço no
cérebro, veremos logo e, por favor, chame os pais do Luan, ele ta inconsciente
não podemos fazer nada sem que eles saibam. ~ela fez cara de espanto e me
olhou, acho que ela notou que eu tava mais preocupada que o de costume. ~ - Eu
acho que já mencionei que isso tudo é pra daqui a dois minutos, não?
-a..claro, desculpe.
~
Ela saiu da sala desajeitada me deixando sozinha com o Luan,
pelo pouco que pude examinar da sua perna notei que podia ser uma fratura,
achei melhor esperar o ortopedista, ele é especializado e saberá melhor que eu.
Não demorou muito pra que os enfermeiros que fazem parte da
minha equipe e estavam de plantão estivessem na sala, junto com o ortopedista,
que já examinava a perna esquerda do Luan.
-realmente Doutora
Sophia, trata-se de uma fratura na coxa esquerda.
-Joyce ~que era a
enfermeira chefe e devia ter checado isso desde a entrada do Luan no
hospital.~Como deixamos essa fratura passar? ~fui irônica e confesso que tava
começando a perder a paciência ~
-desculpa Doutora, eu
realmente não notei, eu... Nós fizemos os raios-x que a senhora pediu, mas eu
não detectei nenhuma fratura. ~ela tava visivelmente nervosa ~
-espero que isso não
se repita, obrigada Doutor Thiago ~o ortopedista~-Preparem o paciente, vamos
levá-lo pra tomografia, o coração continuara sendo monitorado.
-claro, faremos isso
agora mesmo... A e doutora, a família do paciente já está na sala de espera,
quer que eu fale com eles?
-não, obrigada, eu
irei até lá.
-tudo bem.
Sai da sala e respirei fundo, sei que eu estava muito
nervosa com o que ta acontecendo com o Luan e sei também que erros acontecem, a
Joyce deixou passar uma coisa que nesse caso poderia até ser normal, todos
estávamos muito atordoados com a situação em que o Luan se encontrava, não
devia ter culpado a Joyce por isso. Mais calma agora eu fui até a sala de
espera, nela estavam Marizete, Amarildo e a assessora do Luan, Arleyde, eu
acho, todos pareciam preocupados e logo se levantaram quando eu entrei na sala.
-E ai Doutora o que
ta acontecendo? ~Amarildo foi o primeiro a se pronunciar~
-então gente, foi
detectado um inchaço na coxa esquerda do Luan que foi diagnosticado como uma
pequena fratura que acabou passando despercebida com tudo isso que ta
acontecendo, já estamos cuidando disso, mas, o real motivo de vocês estarem
aqui é que como vocês assinaram aquele documento de entrada nada pode ser feito
sem antes comunicarmos a vocês, então, vamos fazer uma tomografia e aplicar uma
segunda dose da droga que manterá o Luan em coma.
-ai não pode ser.
~Marizete sentou na poltrona e Amarildo abraçou a mesma. ~
-gente eu não queria
ser chata, sei que esse momento não é fácil, mas eu preciso saber se vocês
concordam, queremos agir o mais rápido possível.
-isso vai manter o
Luan desacordado por mais quanto tempo? ~a Arleyde se pronunciou~
-por mais uma ou duas
semanas, é como eu disse tudo depende o próprio Luan, vamos medicá-lo e não
vamos mais repetir dose alguma, ele acordará quando o seu organismo estiver
estável e pronto pra acordar.
-claro, ~Amarildo
falou se levantando~é claro que você pode medicar o Luan.
-obrigada, vou
acompanhar a tomografia e voltarei assim que tiver noticias.
-Obrigada Doutora.
~Arleyde~
-você não tem que me
agradecer ~ sorri e olhei pra Marizete~ Marizete, você quer um calmante ou algo
do tipo?
-não, eu vou ficar
bem.
-tudo bem então, até logo.
~assenti e me retirei~
Babys volteeeei! Desculpa pela demora não tinha mais capítulos pra postar, e tive que esperar a Myh escrever. Mas agora vamos voltar com tudo, beijuuuus =*
Isabella Lopes